quinta-feira, 28 de abril de 2011
Nevoeiro
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
define com perfil e ser
este fulgor baço da terra
que é Portugal a entristecer –
brilho sem luz e sem arder,
como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quere.
Ninguém conhece que alma tem,
nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a Hora!
(Fernando Pessoa)
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Já tinha publicado este poema de Fernando Pessoa. Porém, a presença humilhante do FMI em Portugal mais uma vez, levou-me a publicá-lo novamente com profunda mágoa. Com efeito os dois últimos versos do poema são um triste augúrio da actual situação do nosso País:
ResponderEliminar"Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro..."