sexta-feira, 30 de abril de 2010

"Estejamos vivos então!"...


"Morre lentamente quem não viaja,
> Quem não lê,
> Quem não ouve música,
> Quem destrói o seu amor-próprio,
> Quem não se deixa ajudar.
>
> Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito,
> Repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
> Quem não muda as marcas no supermercado,
> não arrisca vestir uma cor nova,
> não conversa com quem não conhece.
>
> Morre lentamente quem evita uma paixão,
> Quem prefere O "preto no branco"
> E os "pontos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis,
> Justamente as que resgatam brilho nos olhos,
> Sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
>
> Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,
> Quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
> Quem não se permite,
> Uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
>
> Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva
> incessante,
> Desistindo de um projecto antes de iniciá-lo,
> não perguntando sobre um assunto que desconhece
> E não respondendo quando lhe indagam o que sabe.
>
> Evitemos a morte em doses suaves,
> Recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o
> Simples acto de respirar.
> Estejamos vivos, então!»
>
> *Pablo Neruda*

segunda-feira, 26 de abril de 2010

De que precisa o homem para viver bem?"

A ideia de lançar um novo blogue há muito tempo que me assediava porque existem alguns temas que não cabem no âmbito do blogue Limonete.
Depois de algumas hesitações este invólucro, já gasto, tal como uma lâmpada, com muitos anos de uso, teve um acréscimo de energia e ganhou nova alma.
A propósito diz-se que”Deus formou o homem do pó da terra (lâmpada) e soprou em seus narizes o fôlego da vida (espírito) e o homem foi feito alma vivente - Génesis 2:7-essa alma que é susceptível do amor, do ódio e de todos os sentimentos que podem fazer dele o principal protagonista do Bem ou do Mal ou das duas coisas simultaneamente.

Assim, o homem que Descartes argumentava ser um ser duplo (corpo e alma) é mais do que isso, porque também tem espírito. E tem ainda o condão do livre arbítrio o que faz dele o ser mais livre da natureza. Por esse motivo, nenhuma predestinação, destino, fatalismo ou maquiavelismo, poderá impedi-lo do seu direito à felicidade desde que assim o queira.

É certo que existem governos maquiavélicos que podem condicionar esse direito com medidas inverosímeis. A história no-lo diz.
Os portugueses sentem isso, logo existem, como diria António Damásio. E existem como vítimas de uma política que os tem defraudado e empobrecido cada vez mais, tirando disso benefício uns quantos que fazem orelhas moucas aos protestos crescentes dos cidadãos. E nem os discursos de circunstância, num Abril desfeiteado, conseguem encobrir o que é óbvio.
Há uma frase no livro “O Mundo de Sofia”que diz: de que é que o homem precisa para viver bem?

A resposta está lá (pág.106): "o homem só é feliz quando pode desenvolver e usar todas as suas faculdades e capacidades". Mas como pode sê-lo com governantes destes?!...

domingo, 25 de abril de 2010