sexta-feira, 29 de julho de 2011

Não existo

Começo a conhecer-me. Não existo.
Sou o intervalo entre o que desejo ser e os outros me fizeram,
ou metade desse intervalo, porque também há vida...
Sou isso, enfim.

Álvaro de Campos (heterónimo de F. Pessoa)

domingo, 17 de julho de 2011

Incertezas

Queria fazer-te um poema
Mas quedei-me nas incertezas.
Queria sorrir
Mas os lábios impugnaram a intenção.
Queria cantar-te em voz alta
Mas sobrepôs-se a envolvência do silêncio!


Quis abraçar-te
Mas fiquei imóvel
Com receio de que te risses.
Resta-me sonhar
Que o meu peito se envolveu
Na carícia dos teus seios.


Autor: Aníbal José de Matos