sexta-feira, 30 de abril de 2010

"Estejamos vivos então!"...


"Morre lentamente quem não viaja,
> Quem não lê,
> Quem não ouve música,
> Quem destrói o seu amor-próprio,
> Quem não se deixa ajudar.
>
> Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito,
> Repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
> Quem não muda as marcas no supermercado,
> não arrisca vestir uma cor nova,
> não conversa com quem não conhece.
>
> Morre lentamente quem evita uma paixão,
> Quem prefere O "preto no branco"
> E os "pontos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis,
> Justamente as que resgatam brilho nos olhos,
> Sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
>
> Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,
> Quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
> Quem não se permite,
> Uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
>
> Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva
> incessante,
> Desistindo de um projecto antes de iniciá-lo,
> não perguntando sobre um assunto que desconhece
> E não respondendo quando lhe indagam o que sabe.
>
> Evitemos a morte em doses suaves,
> Recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o
> Simples acto de respirar.
> Estejamos vivos, então!»
>
> *Pablo Neruda*

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